A Epidemia Silenciosa: A Relação Entre Farmácias, Doenças Crônicas e Alimentação

Nos últimos 13 anos, o Brasil assistiu a um fenômeno curioso: o número de farmácias cresceu quase 80%, saltando de 50 mil para mais de 89 mil estabelecimentos. Em contrapartida, a população cresceu apenas 9%. Este crescimento desproporcional levanta questões alarmantes sobre a saúde pública, especialmente quando se considera a ascensão de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade, depressão e ansiedade. Mas o que está atrás desse ciclo vicioso que parece beneficiar apenas a indústria farmacêutica?

Um dos fatores cruciais é a maneira como a indústria alimentícia se apresenta. Supermercados, com suas prateleiras estrategicamente organizadas, colocam alimentos ultraprocessados — que têm alta margem de lucro — nas áreas mais visíveis, enquanto frutas e vegetais são relegados a cantos desfavorecidos das lojas. Rótulos enganadores de produtos que se vendem como “naturais” ou “saudáveis” escondem uma lista interminável de aditivos químicos, conservantes e açúcares, disfarçados sob mais de 50 nomes diferentes, como sacarose, xarope de milho e maltodextrina. Essa estratégia confunde o consumidor, que muitas vezes se vê atraído a comprar o que acredita serem opções saudáveis, mas que, na verdade, contribuem para uma série de problemas de saúde.

As grandes marcas utilizam celebridades para promover esses produtos, uma tática reminiscentemente orientada pela indústria do tabaco, que levou gerações a acreditar que fumar era seguro. Essa manipulação cria um ciclo vicioso: ao consumir alimentos processados e açúcares em excesso, surgem inflamações e desregulações hormonais que se manifestam em sintomas como cansaço e ansiedade. A busca por alívio leva as pessoas a consultar médicos, que muitas vezes prescrevem medicamentos que tratam apenas os sintomas e não a raiz do problema: a alimentação.

Os efeitos colaterais desses medicamentos frequentemente criam a necessidade de novos remédios, gerando uma espiral crescente de dependência química. Por exemplo, um remédio para pressão arterial pode resultar em disfunção erétil, levando o paciente a mais uma consulta médica. O resultado é um ciclo que beneficia não apenas a farmácia, mas também as grandes indústrias alimentícias que, curiosamente, muitas vezes estão interligadas com os laboratórios farmacêuticos.

Essa conexão é alarmante: empresas como Nestlé e Coca-Cola, que lucram imensamente com alimentos processados, também estão ligadas à fabricação de medicamentos. Assim, ganham tanto com a doença quanto com a “cura”. É um ciclo de exploração baseado na dependência, onde a saúde da população fica em segundo plano em relação ao lucro.

A solução, portanto, reside em retornar ao básico: a comida de verdade. Alimentos que não têm rótulos complicados, que não passam pela indústria processadora, mas que são reconhecidos pela nossa bisavó como comida. Se um produto contém mais de cinco ingredientes, talvez seja melhor deixá-lo na prateleira. O corpo humano tem uma capacidade incrível de se curar. Doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão podem ser revertidas simplesmente através de uma alimentação saudável e equilibrada.

A conscientização é o primeiro passo para quebrar esse ciclo. Precisamos nos responsabilizar pela nossa saúde e fazer escolhas alimentares que promovam bem-estar verdadeiro, em vez de sucumbir ao marketing que nos empurra para um caminho de dependência e doença. O futuro da nossa saúde depende das decisões que tomamos hoje.

Fonte: Nutrimental

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