No recente vídeo de Armando Vernaglia Jr., intitulado “Conteúdo gringo, estrangeiro, sobre fotografia e tecnologia é melhor que conteúdo brasileiro?”, o autor discute uma questão pertinente: a qualidade da produção de conteúdo no Brasil em comparação com o exterior. O debate, que toca em nuances culturais, econômico e práticas da indústria, destaca pontos importantes que merecem ser explorados.
A Qualidade é Universal, a Condição de Trabalho Não
Um dos principais argumentos de Vernaglia é que a qualidade do conteúdo não está necessariamente ligada à sua nacionalidade. Ele observa que tanto conteúdos "gringos" quanto brasileiros podem variar enormemente em qualidade. Em suas palavras, “existe conteúdo bom, ruim e medíocre em português, espanhol e inglês”. Essa observação valida uma ideia importante: a qualidade de produção depende mais das habilidades individuais do criador do que da sua localização geográfica.
Desigualdade de Acesso a Equipamentos
Uma das disparidades mais notáveis que Vernaglia destaca é o acesso desigual a equipamentos de qualidade. Criadores de conteúdo internacionais frequentemente têm acesso a equipamentos de alto nível, recebendo câmeras e lentes como doações ou empréstimos de marcas renomadas, como Hasselblad ou Sony. Em contrapartida, os criadores brasileiros enfrentam um desafio significativo: adquirir ou até mesmo alugar esses equipamentos é quase impossível. Muitos precisam comprar suas próprias ferramentas, o que limita as oportunidades de produzir conteúdo de alta qualidade.
Dificuldades e Desafios para Criadores Brasileiros
Um aspecto crucial que Vernaglia aborda é a logística no Brasil. Infelizmente, as filiais brasileiras de grandes marcas frequentemente possuem uma quantidade limitada de equipamentos para empréstimo. Isso resulta em filas e atrasos, com o equipamento necessário tendo que ser retirado para eventos e feiras, o que prejudica o cronograma de produção dos criadores. Adicionalmente, a segurança pública representa um risco substancial. A produção de conteúdo em áreas urbanas, especialmente em metrópoles como São Paulo, pode ser perigosa, desencorajando muitos criadores a filmar nas ruas e, assim, limitando sua criatividade.
Realidade do Criador
Vernaglia também desmistifica a imagem do criador de conteúdo como alguém sempre privilegiado ou rico. Ele compartilha sua experiência ao gravar em um pequeno apartamento, sem poder contratar editores ou cinegrafistas devido à renda insuficiente gerada por seu canal. Essa realidade é um reflexo de muitos criadores brasileiros que lutam para se destacar em um mercado competitivo, com recursos limitados.
Apelo e Soluções Propostas
Em seu vídeo, Vernaglia faz um apelo em três frentes. Para o público, sugere que espectadores evitem comparações sem levar em conta as dificuldades encaradas pelos criadores e sugere ações para apoiar esses profissionais, como curtidas, compartilhamentos e compras de produtos. Para as marcas, ele recomenda que enviem mais equipamentos às filiais brasileiras e reavaliem seus orçamentos, investindo mais em parcerias com criadores locais. Por fim, ele incentiva os criadores a continuarem aprimorando suas habilidades e a qualidade de seu conteúdo.
Conclusão
O debate promovido por Armando Vernaglia Jr. convida à reflexão sobre as relações de poder e acesso na produção de conteúdo de fotografia e tecnologia. É essencial que tanto criadores quanto marcas entendam suas responsabilidades e colaborem para elevar a qualidade do conteúdo brasileiro. O potencial para criar conteúdos de qualidade existe, mas é preciso superar as barreiras existentes. Para mais sobre tecnologia e desempenho de equipamentos, confira nossos artigos sobre PCs gamers: PC Gamer Neologic Ryzen 5 5500, PC Gamer Full White Ryzen 5 5600GT e Os Mitos do Hardware.
Fonte: Armando Vernaglia Jr
